O Maracanã é assim. Carrega consigo a alma do futebol. E na noite de sexta-feira, 22 de novembro de 2024, ele foi palco de mais uma história daquelas que só o futebol brasileiro sabe contar. Fluminense e Fortaleza se enfrentaram em uma batalha que terminou empatada em 2 a 2, mas que teve tudo, menos monotonia.

Era como se o estádio respirasse junto com a torcida tricolor. Cada grito, cada aplauso, cada mão na cabeça pareciam amplificar o calor daquela noite. Quando Lima acertou aquele chute aos 10 minutos, um misto de euforia e alívio tomou conta do Maracanã. “Agora vai”, pareciam dizer os olhos esperançosos de milhares de torcedores.

Mas o futebol tem suas travessuras. Aos 24 minutos, Marinho, com a precisão de quem conhece a arte de decidir, empatou o jogo em uma cobrança de falta que desenhou poesia no ar. O silêncio desconfiado deu lugar à inquietação. O Fortaleza não estava ali para ser coadjuvante.

Veio o segundo tempo, e com ele, mais emoção. Moisés, sempre elétrico, virou o placar para o Fortaleza aos 12 minutos. O Maracanã hesitou. Era como se o estádio inteiro prendesse a respiração. Alguns torcedores, mais descrentes, começaram a levantar. Outros, mais teimosos, decidiram que ainda era cedo para abandonar o barco.

E então, como manda o roteiro dos grandes momentos, Germán Cano, aos 40 minutos, fez o que Germán Cano sabe fazer: gol. Naquele instante, o Maracanã explodiu em um só grito, um eco que deve ter se espalhado até as ruas próximas. A torcida tricolor, que vive de paixões intensas, se sentiu viva novamente. O empate estava cravado, e o Maracanã, mais uma vez, testemunhava a poesia do futebol.

No apito final, os sentimentos se misturaram. Uns queriam mais, outros aceitaram o resultado. Mas todos, sem exceção, saíram dali levando consigo a certeza de que o futebol é isso: intensidade, imprevisibilidade e emoção. O Maracanã dormiu mais uma vez com sua alma alimentada. E assim, o Brasileirão segue seu curso, com histórias que se renovam a cada rodada.