Palmeiras e Cruzeiro empatam em jogo tenso no Allianz, com polêmicas e desabafos dos técnicos
O Allianz Parque viveu uma tarde de tensão e reclamações neste domingo, em partida válida pela trigésima rodada do Campeonato Brasileiro. Em duelo direto pela liderança, Palmeiras e Cruzeiro ficaram no 0 a 0, num jogo truncado, cheio de cartões e marcado por decisões controversas da arbitragem.
Com o resultado, o time paulista segue na ponta, agora com 62 pontos, apenas um à frente do Flamengo, enquanto a equipe mineira mantém-se próxima do topo, com 57 pontos.
️ Um primeiro tempo quente e com VAR em ação
A partida começou intensa, com o Cruzeiro se postando bem defensivamente e apostando nas bolas paradas. Logo nos minutos iniciais, Keny Arroyo obrigou Carlos Miguel a fazer grande defesa em cobrança de falta.
Pouco depois, o jogo esquentou: Gustavo Gómez acertou uma solada em Wanderson, que precisou ser substituído. O VAR revisou o lance, mas o árbitro optou por aplicar apenas cartão amarelo ao zagueiro paraguaio, decisão que gerou protestos imediatos do banco mineiro.
O Palmeiras tentou responder em ritmo mais ofensivo, e Ramón Sosa até balançou as redes após rebote de Cássio, mas o árbitro anulou o gol por falta de ataque. A etapa inicial terminou com cinco cartões distribuídos e o clima cada vez mais tenso.
⚽ Segundo tempo com expulsão e garrafa em campo
Na volta do intervalo, o roteiro seguiu o mesmo: muita marcação, poucas chances claras. Aos 14 minutos, Sosanovamente marcou, aproveitando rebote de cabeçada de Flaco López, mas o lance foi anulado por falta.
O Cruzeiro perdeu Fabrício Bruno, expulso após receber o segundo amarelo por falta em Allan. Mesmo com um a mais, o Palmeiras não conseguiu transformar a posse em vantagem. O Cruzeiro ainda teve chance de surpreender nos acréscimos, quando Kaio Jorge quase marcou, exigindo defesa firme de Carlos Miguel.
O jogo ficou brevemente paralisado após um torcedor palmeirense atirar uma garrafa em Cássio, atingindo o goleiro na nuca. O incidente aumentou o clima de nervosismo, e o empate sem gols acabou sendo inevitável.
️ As coletivas: críticas duras e desabafos
O técnico Abel Ferreira foi direto ao falar sobre a arbitragem. Chamou de “hipócrita” a narrativa de que o Palmeiras é beneficiado e disse que erros afetam todos os clubes:
“Há uma narrativa hipócrita no futebol brasileiro. Quando é o Palmeiras, falam que somos ajudados. Hoje todos viram o que aconteceu. O erro é parte do jogo, mas a coerência é o que falta”, afirmou.
O treinador também ressaltou o desgaste físico da equipe, lembrando que o Cruzeiro teve semana cheia para se preparar, enquanto o Verdão enfrentou uma maratona de jogos:
“Preparei o jogo hoje de manhã. O calendário é absurdo. Mesmo assim, a entrega dos meus jogadores foi fantástica.”
Do outro lado, Leonardo Jardim foi ainda mais contundente. O português deixou a coletiva antes do fim, revoltado com o que classificou como “critérios desiguais” da arbitragem:
“Se o lance do Gómez não é vermelho, não sei mais o que é. Erros como esse fazem repensar minha permanência no Brasil. Está difícil trabalhar assim.”
Balanço final
Apesar do 0 a 0, o jogo teve ingredientes de decisão: intensidade, rivalidade e muita reclamação. O Palmeiras segue líder, mas vê o Flamengo encostar. O Cruzeiro, por sua vez, mostrou consistência mesmo fora de casa e com um a menos durante boa parte do segundo tempo.
O clima pós-jogo foi de desabafo, deixando claro que a reta final do Brasileirão promete ser tão quente fora quanto dentro de campo.