O tênis é um esporte que preza pelo fair play, mas o que aconteceu neste sábado na Copa Davis foi tudo, menos isso. Thiago Wild enfrentou o francês Arthur Fils e foi prejudicado por um erro absurdo da arbitragem, que praticamente definiu o rumo da partida. No segundo set, com o placar empatado em 4/4, Fils atacou, e a bola saiu claramente pela linha de fundo. No entanto, o árbitro de cadeira alegou que a bola havia tocado na raquete de Wild antes de sair, concedendo o ponto ao francês. O brasileiro contestou de imediato, insistindo que não houve contato, mas a decisão foi mantida sem qualquer revisão.
O que se viu a partir daí foi um Wild indignado tentando reagir em meio à frustração e um adversário que, mesmo sabendo do erro, seguiu em frente sem sequer contestar a decisão. Fils se beneficiou de um equívoco grotesco e sequer teve a dignidade de admitir a falha. A vitória veio para ele por 6-1 e 6-4, mas sem qualquer brilho esportivo.
O clima esquentou ainda mais no fim do jogo, quando, na hora do cumprimento na rede, a tensão quase explodiu. O capitão francês, Paul-Henri Mathieu, precisou intervir para evitar um desentendimento maior. Em coletiva, Wild não escondeu a revolta: "O que aconteceu hoje foi um erro gravíssimo, um erro que mudou o curso do jogo. Independente de como vinha ou deixava de vir o jogo, eu acho que foi um erro que mudou o resultado".
Fils, por sua vez, tentou aliviar a situação com um discurso politicamente correto, afirmando que não achava que Wild havia tocado na bola e jogando toda a responsabilidade para o árbitro. Mas a verdade é que ele aceitou a vantagem injusta sem piscar.
Com essa derrota, o Brasil agora vê a França abrir 2 a 0 no confronto da Copa Davis, tornando a missão de reverter o placar ainda mais complicada. No fim das contas, não foi só Wild que perdeu. Perdeu o tênis, perdeu o espírito esportivo e perdeu o fair play.