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Os bastidores do saque: tenistas se rebelam e exigem maior fatia das premiações dos Grand Slams

A tensão que vinha se acumulando nos bastidores do tênis explodiu de vez. Os vinte melhores tenistas do mundo – entre homens e mulheres – decidiram cobrar publicamente os organizadores dos quatro Grand Slams por uma distribuição mais justa das receitas. E o recado foi direto: os jogadores querem mais dinheiro e mais voz nas decisões que impactam suas carreiras.

A principal crítica gira em torno do percentual que os atletas recebem das receitas totais dos torneios. Atualmente, essa fatia gira em torno de dezessete por cento – um número considerado baixo, especialmente quando comparado a ligas como a NBA, onde os jogadores ficam com aproximadamente cinquenta por cento das receitas.

Os números dos Grand Slams mostram o tamanho da discussão. O US Open, por exemplo, arrecada em torno de quatrocentos e setenta milhões de dólares por edição. Wimbledon também não fica muito atrás, com uma receita na casa dos quatrocentos e quarenta milhões. Mesmo assim, a distribuição das premiações ainda está longe de representar uma divisão equilibrada.

Em 2023, os quatro principais torneios do circuito pagaram as seguintes quantias em prêmios:

  • Australian Open: setenta e seis milhões de dólares australianos

  • Roland Garros: quarenta e nove milhões de euros

  • Wimbledon: quarenta e quatro milhões de libras

  • US Open: sessenta e cinco milhões de dólares americanos

Na prática, esses valores acabam concentrados nas fases finais dos torneios. Enquanto atletas como Novak Djokovic faturam, em média, mais de seiscentos mil dólares por evento, tenistas de rankings mais baixos enfrentam dificuldades até para cobrir os custos de viagem, equipe técnica e preparação.

A movimentação ganhou mais corpo com o apoio da PTPA (Associação dos Jogadores Profissionais de Tênis), cofundada por Djokovic. A entidade entrou na Justiça contra as organizações que comandam o circuito – incluindo ATP, WTA e os próprios Grand Slams – alegando práticas anticompetitivas e monopólio.

Além do aumento das premiações, os jogadores também exigem mais participação nas decisões que envolvem saúde, calendário e condições de jogo. Entre os signatários da carta enviada aos organizadores estão nomes como Jannik Sinner, Coco Gauff, Aryna Sabalenka e Emma Navarro.

O movimento representa uma ruptura importante na relação entre os atletas e os dirigentes do tênis. E traz à tona um debate que vai além das quadras: afinal, quem realmente se beneficia do espetáculo que move milhões de fãs e bilhões em dinheiro?

O jogo está em aberto – e, dessa vez, é fora da linha de base.


 

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