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ARBITRAGEM EM XEQUE: BRASIL LIDERA EM CARTÕES E ATRASO ESTRUTURAL, ENQUANTO EUROPA INVESTE PESADO

Com média recorde de cartões e revisões demoradas do VAR, o Brasileirão expõe o reflexo direto da falta de investimento na arbitragem — e o descaso da CBF com a profissionalização do setor.

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No Data 520 vamos falar sobre o que rolou de mais marcante nas principais ligas do futebol mundial em 2024 — e o assunto é disciplina em campo.

Começando pelos cartões: a Série B do Brasileirão liderou o ranking, com uma média de quase 6 cartões por jogo. A Série A também apareceu no topo, com 5,6 cartões por partida. Na Premier League, o número chegou a 5,1 — recorde histórico da liga inglesa. Já na Itália, a Série A foi a mais “tranquila”, com média de 4,09 cartões por jogo. E na Bundesliga... os dados ainda são escassos.

Agora falando de VAR: na Premier League, houve redução no tempo de revisão e no número de erros. O tempo médio caiu de 66 para 40 segundos, com menos decisões equivocadas. No Brasil, o cenário é outro: só no primeiro turno do Brasileirão foram 320 paralisações para checagens, com 79 mudanças de decisão — e cada revisão com alteração levou, em média, 2 minutos e 27 segundos.

E aí entra um ponto essencial: quanto se investe em arbitragem? A resposta ajuda a entender a diferença de qualidade.

Na Premier League, árbitros seniores podem ganhar até R$ 1,6 milhão por ano, com média mensal superior a R$ 130 mil. Na Itália, o valor fixo mensal é de cerca de R$ 45 mil, com bônus de R$ 22 mil por jogo. Na Bundesliga, os árbitros recebem por volta de R$ 27 mil por partida. Já no Brasil... bem, aqui o abismo é gritante. Um árbitro da Série A recebe entre R$ 5 mil e R$ 6,9 mil por jogo, e na Série B, entre R$ 3,6 mil e R$ 5,4 mil — sem salário fixo, sem plano de carreira e sem profissionalização.

E como se não bastasse essa defasagem, a CBF vem sendo acusada de cortar investimentos fundamentais, como treinamentos, intercâmbios internacionais e capacitações específicas com tecnologia do VAR. Em vez de evoluir, a arbitragem brasileira está sendo empurrada para trás — e quem paga o preço são os clubes, os jogadores e o torcedor.

Em um futebol cada vez mais rápido e exigente, manter árbitros mal pagos, sem apoio tecnológico e com preparo desigual é assinar um atestado de atraso. A comparação com ligas europeias escancara não só uma disparidade financeira, mas um desprezo institucional da CBF com um dos pilares do jogo: a arbitragem.

Enquanto algumas ligas tratam os árbitros como profissionais de elite, no Brasil eles seguem como peças descartáveis. Isso compromete a credibilidade das competições e perpetua o caos em campo. Arbitragem é investimento, não despesa. E quando a entidade que comanda o futebol nacional fecha os olhos para isso, todo o sistema perde.

Análise Comparativa

Competição Cartões por Jogo Intervenções do VAR (1º Turno)
Serie A (Itália) 4,09 Dados não disponíveis
Premier League (Inglaterra) 5,1 Redução no tempo e erros
Brasileirão Série A 5,6 320 paralisações; 79 mudanças
Brasileirão Série B 5,99 Dados não disponíveis
Bundesliga (Alemanha) Dados não disponíveis Dados não disponíveis

Médias de Cartões por Jogo

Competição Cartões por Jogo
Serie A (Itália) 4,09
Premier League (Inglaterra) 5,1
Brasileirão Série A 5,6
Brasileirão Série B 5,99
Bundesliga (Alemanha) Dados não disponíveis

No Data 520, a gente segue fiscalizando. Porque futebol se joga no campo — mas se organiza fora dele.

 

 

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